Thursday, August 17, 2006

é uma tristeza mesmo, uma tristeza.

cada dia que passa eu fico mais cansada das gentes ao meu redor. exausta, pra ser sincera.

se você está num emprego X ganhando Y por exemplo, pode ter certeza que o fulano ao lado, quando souber disso, vai fazer questão de falar do cara que ele conhece que trabalha meio X e ganha 5 vezes Y. mas é claro que no dia que você ficar desempregrado, o tal do fulano vai desconversar e você vai perceber que a história não era exatamente essa: o tal do emprego não existe ou o tal do cara que ele conhece nem tá ganhando tão bem assim. tá captando?

agora compreenda o meu desgosto.

tou há alguns meses matutando a minha mudança de casa. ganhei o cachorro, um belisco definitivo e agora não dá pra continuar morando naquela minusculidade de apto.
sozinha eu tava que tava feliz da minha vida, mas agora com um belisco barrigudo, um gato obeso, uma gata que acha que é um cachorro e um monstro em forma de mini cão, tou começando a sentir meu instinto assassino aflorado. enfim, foi aí que comecei a perguntar pra rapêize a respeito de imóveis pra alugar.

*cri-cri-cri* (som de grilo)

nada. ninguém. só umas bocas tortas, umas sombrancelhas erguidas, o olhar de quem tá puxando na memória e... *cri-cri-cri*, nada.
tudo bem, não acho que alguém tenha obrigação de sair por aí anotando telefones de plaquinhas de aluga-se pra mim, mas deixei o meu recado: se souber de alguma coisa, me avisa.

passamos semanas e semanas enfrentando engarrafamentos, corretores mal humorados ou (os piores) que te tratam feito rei pra te enfiar numa furada lucrativa, passeando por todas as ruas da ana rosa, vila mariana, vila madalena, santa cruz, saúde, aclimação, praça da árvore, perdizes..., entrando em casas lindas por fora e destruídas por dentro, dando soquinhos nos armários e descobrindo que todos os cômodos estavam tomados por cupins, casas úmidas, mofadas, infiltradas, sem quintal pro cão, sem garagem, perfeitas - se não fossem os malditos banheiros sem janela, perfeitas - se não fosse a maldita vizinhança, perfeitas - se não tivesse um ponto de ônibus na porta. todo tipo de roubada.

pensamos em financiar também. mas ninguém faz idéia da burocracia que um financiamento exige e da grana que você tem que dar na lata pra que o negócio valha a pena. tempo e dinheiro - são definitivamente coisas das quais não disposmos em abundância.

quando a gente tava quase desistindo e considerando a possibilidade de cortar as patas e cordas vocais do cão pra que pudéssemos viver tranquilamente num apto de gente normal que não tem um zoológico em casa, encontramos A casa.

o aluguel não é a coisa mais barata desse mundo, mais ou menos dentro do que a gente vinha pesquisando mesmo, mas acreditem em mim, é A casa.
e pra quem vai pagar aluguel, o essencial é encontrar algo que você pague com gosto. porque se vai gastar tem que ser sem peso na consciência, né não?

eu, tosca-linguaruda-master-animada, comentei com algumas pessoas.
comentário vai comentário vem, eu começo a ouvir o discurso cheio de razão de sempre:

- ah, mas eu conheço um fulano que paga metade do que você vai pagar e mora numa casa blablabla.

- é? onde? me dá o telefone da corretora?

...

- ah, mas eu já vi uma casa pra alugar muito mais blablabla.

- é? onde? me dá o telefone da corretora?

...

sempre a mesma ladainha.

de financiamento e consórcio de imóveis então. é todo mundo especialista e sabichão nesse tipo de negócio. todas as dicas, sugestões, conselhos... tá tudinho na ponta da língua.

(vontade de socar um rostinho)

mas é claro que na hora H, fulano sabe mesmo é de porcaria nenhuma. acha que enfiar o dedo vocêsabeaonde e cheirar o torna expert em qualquer assunto.

(aaaaaaah!)

(sim, isso é um desabafo)

inspira, expira, inspira, expira...

***

então gente, é isso.

o recado é basicamente: vocês que são meus amigos de fé e irmãos camaradas ajudem a difundir entre as gentes que nos conhecem que não há nada mais irritante do que alguém perguntando quanto você paga de aluguel pra avaliar se o dinheiro está sendo devidamente bem administrado. assim fica avisado que, se um dia alguém vier com essa maldita pergunta, não respondo por mim.

***

em tempo:

o dinheiro é meu não é?
se eu quiser doar tudinho pra igreja universal do reino do cão, eu dôo, não dôo?
se eu quiser queimar tudinho em praça publica, eu vou lá e queimo, não queimo? (desde que a polícia não saiba, porque queimar dinheiro - verdade - é crime).
se eu quiser gastar tudinho em putaria, eu gasto, não gasto?

então:

cuida da sua própria buzanfa, ok?

***

gente, vocês não imaginam.

***

ps: e eu nem sei mesmo se vou ficar com A casa. estamos negociando, sem parar de procurar outras opções. por isso ainda não a descrevi por aqui.

:)

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